Impressões e opiniões sobre diferentes assuntos. Talvez um espaço pra desabafo, discussões ou um pouco de humor. O nome? É pq escrevo nas madrugadas que me sobram tempo e inspiração, normalmente entre um artigo e outro.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
De Lajeado à Santa Maria
27 de setembro de 2012. Um dia difícil pra mim. Há aproximadamente uma semana eu temia por esse dia. Viajar sozinha tem sido algo bastante complicado no último ano. Uma angústia quase indescritível toma conta do meu ser toda vez que preciso subir em um ônibus sem ter alguém conhecido comigo. E hoje não foi diferente.
Acordei ansiosa e fui direto para a cama do meu pai e da minha mãe. Parece vergonhoso para uma guria de 25 anos, mas acho que ali é um dos lugares onde me sinto mais segura. Mãe já estava em pé, trabalhando na revisão do capítulo 1 da minha dissertação. Pai dormia tranquilo, com uma capinha de gordura que jamais vi em seu corpo. Como sinto orgulho dele agora! Fiquei ali, deitada com pai e pensando nos dois dias que tinha pela frente, mas não tive como evitar.
Arrumei minhas coisas, tomei um banho, almocei, tomei alguns chimas e fui pra rodoviária. O destino era, mais uma vez, Santa Maria. Talvez seja ela uma das cidades que mais gosto no RS. Mas, nem isso me animava. Ao subir no ônibus a sensação foi a mesma de todas as vezes que viajei no ultimo ano: medo. Parece bobagem, mas não tenho vergonha alguma de falar que sinto medo. Aliás, medos. São muitos.
As pontadas logo começaram a aparecer e, ao que tudo indica, vinha crise por ai. Logo sentou-se ao meu lado uma moça jovem, com aparência tranquila, cabelos curtos e que aparenta ser de uma doçura enorme. Ela começa de puxar papo, muito papo. Parece ser papuda como eu, pena que eu não estava em um bom momento para conversar. As pontadas me deixavam esperando por uma crise. Mas, antes mesmo de sair de Lajeado a moça insistiu na conversa. Começou a me falar de sua vida. Ela é técnica de enfermagem, mora em Santa Clara, morou muitos anos em Lajeado, fez estágio no Bruno Born, na ala do SUS, tem amigos em Santa Maria e em diversos lugares do estado. Entre um papo e outro ela me conta que é irmã. Confesso que estranhei. Acho que é a primeira freira jovem que conheci.
O meu nó na garganta e as minhas pontadas continuavam. Ao mesmo tempo achei que poderia ser bom para mim, viajar conversando. E foi o que resolvi fazer, conversei com aquela jovem, que nem o nome sei, durante duas horas e meia da viagem. Mais precisamente, até chegar a Novos Cabrais. Quebrei alguns preconceitos e aprendi muito. Pela primeira vez na minha vida, conversei com uma desconhecida assim como conversaria com uma amiga de infância. Abri meu coração. Falei das minhas angústias, do meu medo da morte, dos meus sonhos, dos meus planos e até mesmo do meu passado. No olhar dela, senti que ela não me julgava e sim, me compreendia. Me deu conselhos, partilhou experiências e me fez entender que nenhuma situação em nossa vida é para sempre. Pela primeira vez na minha vida, deixei escorrer uma lágrima na minha face em frente a uma pessoa estranha, sem sentir a menor vergonha disso. Foi uma conversa longa, como se eu a conhecesse desde sempre. Quando ela chegou ao seu destino, pensei em pedir o MSN dela, já que ela mencionou várias vezes que usava muito para conversar com os amigos de longe. Mas, talvez seja ela mais uma daquelas pessoas que passam na nossa vida para nos ensinar algo que precisávamos aprender. Ou apenas pra nos mostrar que devemos manter as esperanças, e resolvi apenas agradecer e desejar tudo de bom para a pessoa que tornou o meu dia melhor.
Ela desceu do ônibus e eu ainda tinha alguns Km pela frente. Fiquei sentada, pensando em tudo o que eu tinha ouvido e relacionando isso com a minha vida, o meu momento. Já não sentia mais as pontadas, nem o nó na garganta. Calmamente agradeci a Deus por todas as oportunidades que a vida me dá, por todas as pessoas que fazem parte ou que passam pela minha vida, pela família e pelo “noivorado” que tenho e pelos meus amigos que amo. Depois, sorri, abri o bombom que Rafael me deu, encostei a cabeça no banco do ônibus, ouvi “Vento Ventania” nos fones de ouvido, olhei pra fora, vi que estava em Restinga Seca e sorri mais uma vez, porque sei que em poucos minutos vou encontrar mais dois abraços amigos me esperando em Santa Maria!
sábado, 1 de setembro de 2012
Pombas não choram
Se eu conseguisse conversar com uma pomba ela provavelmente me diria que eu estou ficando maluca. Sempre dizem que a grama do vizinho é mais verde do que a nossa e a pomba provavelmente me diria a mesma coisa quando eu contasse a ela que queria ter nascido em seu lugar. Pombas não precisam estar sempre sorrindo, não precisam provar sua competência para ninguém e não se sentem culpadas quando uma batida de asas não sai exatamente como elas imaginavam. Pombas voam livremente quando precisam colocar a cabeça no lugar. Humanos se trancam em seus quartos e choram, porque se fizerem isso na rua, seriam alvo dos olhares das pessoas. As pombas apenas seguiriam voando como se mais nada importasse. Os humanos reprimem seus sentimentos pra não magoar quem está por perto, não vão pra rua em um momento de choro desesperado, por medo do julgamento dos outros. Humanos se sentem inferiores quando não se enquadram nos padrões de beleza da sociedade. Humanos vivem de aparências. As pombas apenas voam.
Humanos não admitem erros, principalmente os próprios erros. Eles machucam. Humanos possuem uma coisa chamada auto-estima que, quando está baixa, afeta todos os segmentos da vida deles. Humanos se sentem fracassados quando cometem pequenos deslizes.
Eu sou uma humana querendo ser pomba. Sou uma humana revoltada com os olhares atravessados na rua, com os julgamentos de quem nem me conhece e revoltada com essa minha postura de querer ser competente em tudo que faço. Sou uma humana que queria conseguir se permitir errar. Que não se condenasse por não conseguir tirar nota máxima, por não conseguir perder 10 Kg em dois meses, por não conseguir dirigir com naturalidade ou por não conseguir manter o sorriso na face o tempo todo. Queria acreditar no "errar é humano". No fundo, queria mesmo é ser pomba. Ser apenas livre de mim mesma!
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Mais parado que água de poço...é assim que anda meu blog nos últimos meses. Talvez seja por falta de inspiração, ou o mergulho na dissertação, ou o tempo passado no facebook ou talvez seja apenas por se tratar de um espaço onde eu costumava expressar o que pensava e relata as coisas que se passavam no meu dia, mas o blog está a meses esperando por uma atualização. Não tem acontecido nada de novo nos meus dias... há meses a vida anda igual. Passo os dias estudando, dormindo, indo a farmácias, hospitais, consultórios médicos, passeando quando possível e esperando o tempo passar e as coisas se ajeitarem. Nada de muito agradável que justifique uma passada por aqui.
Resolvi passar porque hoje é um dia daqueles de nó na garanta sabe? Do tipo de dia que você se sente impotente diante de determinadas situações. Um dia triste. Onde você já teve discussões com pessoas que ama, já viu outro dos seus amores chorando, outro está longe e você sente vontade de viajar horas só pra poder dar um abraço em um amigo que precisa desse abraço.
O nó na garganta vem porque você sabe que vai discutir com quem ama e que precisa fazer isso as vezes, mesmo que doa. Vem do fato de você não poder enxugar a lágrima que rola no rosto de sua mãe e prometer pra ela que vai dar tudo certo, porque você não sabe o tempo que vai levar pra tudo se resolver e, enquanto isso, vai doer em todo mundo. Impotência por não poder largar tudo e ir dividir com alguem importante pra você a única coisa que esse alguem precisa nesse momento: um abraço sincero. Tão simples, tão fácil, mas tão longe agora!
segunda-feira, 19 de março de 2012
Certeza única
É como se eu precisasse entendê-la para poder aceita-la. Tenho a necessidade de conseguir compreender a sua frieza, sua escuridão, seus mistérios e suas dores para poder percebê-la como a única certeza que temos em nossas vidas.
Sempre me impressionei muito com as perdas e as lembranças tristes me acompanham desde a infância. Lembro-me do baque que foi a notícia da morte de meu bisavô em meados de 1994. Na época eu tinha apenas sete anos mas um carinho enorme por aquele senhor de cabelos branquinhos, que mal podia falar ou andar e que sempre foi muito simpático ao nos receber em sua casa, no interior do município de Pirapó. A imagem do sepultamento do corpo do “bisa” (era assim que eu o chamava) jamais saiu de minha cabeça e a partir daquele momento eu passei a temer a perda daqueles que amo.
Entretanto, esse momento chegou. Depois de muitos anos lutando contra problemas respiratórios um dos amores da minha vida partiu. A notícia chegou próximo das 23h. Lembro que eu me preparava para dormir. Eu era criança ainda e, portanto, incapaz de tomar qualquer providencia necessária naquele momento. O que eu podia fazer era ficar em casa cuidando daqueles que, naquela hora, estavam menos preparados do que eu. Ao colocar a “Nuxi” para dormir e encostar minha cabeça no travesseiro consegui “derrubar” a ficha: sim, o “nono” havia partido. Mais uma dor enorme embora eu soubesse que era o melhor para ele. Mas, nunca entendi como o meu segundo pai estava em um quarto de hospital, acordado as 18h e, pouco depois, já não estava mais entre nós. A imagem de seu corpo coberto de flores brancas com miolos amarelos jamais saiu da minha “caixinha de lembranças”.
O medo passou a fazer parte dos meus dias e, ao mesmo tempo, a dificuldade de entender o momento da “passagem” me preocupava. Lembro que certa vez, ao acompanhar a despedida da irmã de um grande amigo, vítima de um acidente de carro, a única coisa que eu conseguia pensar era no desejo de partir antes de mais um dos amores de minha vida, já que me considerava incapaz de suportar a dor que aquela família passava naquele momento. Egoísmo¿ Medo¿ Não sei. Mas era a única coisa que passava na minha cabeça durante o dia.
Mas, minha dificuldade real sempre foi em entender como uma pessoa pode estar viva e, em poucos instantes, morta. Essa falta de entendimento se intensificou em 2010. Vi minha avó passar sete dias em coma e segurei a sua mão quando a respiração começou a se tornar mais lenta, até cessar. Jamais entendi o olhar que ela apontou em minha direção poucos segundos antes do ultimo suspiro, depois de ter passado mais de uma semana sem manifestar qualquer reação a nada. Muito menos um olhar em alguma direção. Em poucos segundos acompanhei o fim de uma vida inteira. Era, e continua sendo, impossível se compreender.
Hoje, escrevo essas linhas após passar mais um dia e uma madrugada sem dormir pensando em alguma forma de superar toda a angústia que sinto ao pensar na morte. A notícia do falecimento trágico de um ex-colega e ex “par” de danças típicas alemãs me faz, mais uma vez, sentir a necessidade de entender o que é a morte. As pessoas próximas a mim sabem que convivo diariamente com o medo da partida de um dos maiores amores da minha vida. Embora eu acredite que, enquanto houver 1% de possibilidade de cura, vale a pena lutar por uma vida, eu continuo sem saber e, consequentemente, sem ser capaz de aceitar a única certeza da vida: a morte.
Sempre me impressionei muito com as perdas e as lembranças tristes me acompanham desde a infância. Lembro-me do baque que foi a notícia da morte de meu bisavô em meados de 1994. Na época eu tinha apenas sete anos mas um carinho enorme por aquele senhor de cabelos branquinhos, que mal podia falar ou andar e que sempre foi muito simpático ao nos receber em sua casa, no interior do município de Pirapó. A imagem do sepultamento do corpo do “bisa” (era assim que eu o chamava) jamais saiu de minha cabeça e a partir daquele momento eu passei a temer a perda daqueles que amo.
Entretanto, esse momento chegou. Depois de muitos anos lutando contra problemas respiratórios um dos amores da minha vida partiu. A notícia chegou próximo das 23h. Lembro que eu me preparava para dormir. Eu era criança ainda e, portanto, incapaz de tomar qualquer providencia necessária naquele momento. O que eu podia fazer era ficar em casa cuidando daqueles que, naquela hora, estavam menos preparados do que eu. Ao colocar a “Nuxi” para dormir e encostar minha cabeça no travesseiro consegui “derrubar” a ficha: sim, o “nono” havia partido. Mais uma dor enorme embora eu soubesse que era o melhor para ele. Mas, nunca entendi como o meu segundo pai estava em um quarto de hospital, acordado as 18h e, pouco depois, já não estava mais entre nós. A imagem de seu corpo coberto de flores brancas com miolos amarelos jamais saiu da minha “caixinha de lembranças”.
O medo passou a fazer parte dos meus dias e, ao mesmo tempo, a dificuldade de entender o momento da “passagem” me preocupava. Lembro que certa vez, ao acompanhar a despedida da irmã de um grande amigo, vítima de um acidente de carro, a única coisa que eu conseguia pensar era no desejo de partir antes de mais um dos amores de minha vida, já que me considerava incapaz de suportar a dor que aquela família passava naquele momento. Egoísmo¿ Medo¿ Não sei. Mas era a única coisa que passava na minha cabeça durante o dia.
Mas, minha dificuldade real sempre foi em entender como uma pessoa pode estar viva e, em poucos instantes, morta. Essa falta de entendimento se intensificou em 2010. Vi minha avó passar sete dias em coma e segurei a sua mão quando a respiração começou a se tornar mais lenta, até cessar. Jamais entendi o olhar que ela apontou em minha direção poucos segundos antes do ultimo suspiro, depois de ter passado mais de uma semana sem manifestar qualquer reação a nada. Muito menos um olhar em alguma direção. Em poucos segundos acompanhei o fim de uma vida inteira. Era, e continua sendo, impossível se compreender.
Hoje, escrevo essas linhas após passar mais um dia e uma madrugada sem dormir pensando em alguma forma de superar toda a angústia que sinto ao pensar na morte. A notícia do falecimento trágico de um ex-colega e ex “par” de danças típicas alemãs me faz, mais uma vez, sentir a necessidade de entender o que é a morte. As pessoas próximas a mim sabem que convivo diariamente com o medo da partida de um dos maiores amores da minha vida. Embora eu acredite que, enquanto houver 1% de possibilidade de cura, vale a pena lutar por uma vida, eu continuo sem saber e, consequentemente, sem ser capaz de aceitar a única certeza da vida: a morte.
terça-feira, 6 de março de 2012
Obrigada por tudo!
Pra Você Guardei O Amor
Nando Reis
Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar
Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Por favor!
Existem canções que expressam exatamente o que queremos dizer quando aparece aquele "nó na garganta" e nossa voz não sabe o que fazer com ele. Talvez a letra abaixo consiga dizer o que sinto nesse momento.
Notícia Boa
Nenhum de Nós
Eu queria que alguém
Me dissesse alguma coisa
Que eu ainda não sei
Que alguma coisa boa
Vai acontecer
É só esperar prá ver
Por Favor me traga
Uma notícia boa
Por Favor me traga
Uma Notícia
Mas que seja boa
Um telefonema, uma carta
Um programa de TV podem lhe trazer
O que você mais deseja
Eu sei que pode parecer besteira
Mas tem gente que espera
Uma vida inteira
Até ela chegar
Notícia Boa
Nenhum de Nós
Eu queria que alguém
Me dissesse alguma coisa
Que eu ainda não sei
Que alguma coisa boa
Vai acontecer
É só esperar prá ver
Por Favor me traga
Uma notícia boa
Por Favor me traga
Uma Notícia
Mas que seja boa
Um telefonema, uma carta
Um programa de TV podem lhe trazer
O que você mais deseja
Eu sei que pode parecer besteira
Mas tem gente que espera
Uma vida inteira
Até ela chegar
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Sufoco!
Nó na garganta, dias cinzas...
É como se nada mais fizesse sentido. A lágrima que escorre sobre a face já nem sabe mais porque cai, apenas sabe que precisa sair e molhar um rosto que não se reconhece mais. Como se essa lágrima pudesse acabar com a sensação de sufocamento que sinto. Pobre!
Sufoco, talvez seja essa a palavra que melhor consiga descrever minha vida nesse momento. Sinto-me sufocada pela falta de perspectiva, pela necessidade de me manter "forte", pela agonia de uma fila de transplante, por essa minha incapacidade de admitir que tenho limites. A falta de vida social me sufoca, a saudade dos amigos, a incerteza do amanhã, a falta de entendimento sobre a morte, o medo, a agustia, a insônia, a ansiedade, as crises de pânico, o peso de atrapalhar uma noite de sono das pessoas que mais amo, a dificuldade de aceitar as situações que a vida me coloca. Tudo me sufoca. É como se eu estivesse dormindo e acordaria amanhã com um sorriso no rosto e com a certeza de que isso tudo não passou de um pesadelo. Mas, são três da manhã e eu nem dormi ainda. Mais uma vez.
É como se nada mais fizesse sentido. A lágrima que escorre sobre a face já nem sabe mais porque cai, apenas sabe que precisa sair e molhar um rosto que não se reconhece mais. Como se essa lágrima pudesse acabar com a sensação de sufocamento que sinto. Pobre!
Sufoco, talvez seja essa a palavra que melhor consiga descrever minha vida nesse momento. Sinto-me sufocada pela falta de perspectiva, pela necessidade de me manter "forte", pela agonia de uma fila de transplante, por essa minha incapacidade de admitir que tenho limites. A falta de vida social me sufoca, a saudade dos amigos, a incerteza do amanhã, a falta de entendimento sobre a morte, o medo, a agustia, a insônia, a ansiedade, as crises de pânico, o peso de atrapalhar uma noite de sono das pessoas que mais amo, a dificuldade de aceitar as situações que a vida me coloca. Tudo me sufoca. É como se eu estivesse dormindo e acordaria amanhã com um sorriso no rosto e com a certeza de que isso tudo não passou de um pesadelo. Mas, são três da manhã e eu nem dormi ainda. Mais uma vez.
Assinar:
Postagens (Atom)