Nó na garganta, dias cinzas...
É como se nada mais fizesse sentido. A lágrima que escorre sobre a face já nem sabe mais porque cai, apenas sabe que precisa sair e molhar um rosto que não se reconhece mais. Como se essa lágrima pudesse acabar com a sensação de sufocamento que sinto. Pobre!
Sufoco, talvez seja essa a palavra que melhor consiga descrever minha vida nesse momento. Sinto-me sufocada pela falta de perspectiva, pela necessidade de me manter "forte", pela agonia de uma fila de transplante, por essa minha incapacidade de admitir que tenho limites. A falta de vida social me sufoca, a saudade dos amigos, a incerteza do amanhã, a falta de entendimento sobre a morte, o medo, a agustia, a insônia, a ansiedade, as crises de pânico, o peso de atrapalhar uma noite de sono das pessoas que mais amo, a dificuldade de aceitar as situações que a vida me coloca. Tudo me sufoca. É como se eu estivesse dormindo e acordaria amanhã com um sorriso no rosto e com a certeza de que isso tudo não passou de um pesadelo. Mas, são três da manhã e eu nem dormi ainda. Mais uma vez.
Sabe Céli, aquele lance de que Deus não dá uma cruz maior do que a que a gente pode carregar, por mais clichê que pareça, às vezes é a mais pura verdade. Também tenho dificuldades em entender a morte e isso me assusta bastante. A rotina que sigo já não é mais aquilo que sempre sonhei, vivendo de casa para o trabalho e vice e versa. Sinto muita falta de ter alguém com quem contar no fim do dia, na volta pra casa. Lembro com saudade de quando a gente morava junto, e que a tristeza não tinha espaço pra chegar. A gente tava sempre junto. Sei que nada que as pessoas falem amenizam o que a gente sente. Não adianta vim falar que o tempo cura tudo, por exemplo. Mas vou me esforçar, pra que no nosso reencontro, eu possa dar o melhor de mim pra te ver sorrindo... bjs, saudades
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