Que fase! Aliás, espero que seja realmente apenas uma fase.
Daquelas meio complicadas. Quando os dias não passam, o sono bate e a preguiça torna-se uma fiel companheira. A vontade de fazer qualquer coisa é quase inexistente. Os dias amanhecem mais cinzentos e parecem ter algo em torno de 300 horas. Já as noites, passam voando. Aliás, como gosto da tardinha e da noite! A hora que o sol se esconde traz o chimarrão e o papo “furado” na sacada ou ainda no gramado de casa. Traz as piadas, as constatações absurdas que só algumas pessoas conseguem fazer. Traz as gargalhadas mais gostosas, as discussões mais sérias e as mais descontraídas também. Traz idéias incríveis, soluções pros TCC’s que nos perseguem e traz a brisa leve que dá paz.
A noite é um pouco mais complicada. É a hora que da vontade de sair, andar, fazer festa, tomar um chimarrão nas arquibancadas da praça tentando cantar alguma coisa. Ou ainda tomar uma caipira de vodka barata (APUD DEVENS, 2009) ou uma polar no Fréo. É a hora que a saudade bate bem forte e que o desejo de ter por perto as pessoas que amamos se intensifica. É a hora que o cansaço chega forte também e traz consigo a vontade de largar tudo. Mas também é na noite que as energias se renovam seja dormindo ou num momento de descontração. Tipo...ouvir um jogo do Grêmio e Palmeiras na Gaúcha, ouvir uma musica conversando com os amigos, brincando de “colheita feliz”, tentando esquecer o TCC e os problemas que nos acompanham enquanto o sol espalha os seus raios. É a noite que converso com a família e a maioria das pessoas que são realmente essenciais nos meus dias. A noite é a hora do desabafo e das declarações. A noite, apesar da saudade, da vontade de sair pra rua e do cansaço, é sempre maravilhosa.
Impressões e opiniões sobre diferentes assuntos. Talvez um espaço pra desabafo, discussões ou um pouco de humor. O nome? É pq escrevo nas madrugadas que me sobram tempo e inspiração, normalmente entre um artigo e outro.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
60 minutos
-Calor né?
-Pois é, hoje ta demais.
-Você vai pra onde?
-Pra Campina e a senhora?
-Vou pro Barreiro.
E assim começou o papo de uma hora no banco empoeirado da rodoviária de Palmeira.
Onibus chegam, onibus se vão. Pessoas passam, embarcam e desembarcam. Pessoas estranhas. Meninos que cantam. Conversas... Os auto-falantes se encarregam de sonorizar o ambiente. Malas, mochilas, sacolas, compras...Flores, muitas flores nas sacolas. Finados se aproxima. Onibus denovo, fiscais do DAER e calor, muito calor.
Entre a chegada de uns e saída de outros, a senhora ali do meu lado não para de falar e de contar histórias. Ela tem uma sobre cada assunto, sobre cada pessoa. Assim passaram-se 60 minutos, aqueles mesmos minutos que eu achei que levariam uma eternidade pra passar. Que bom! Enquanto escuto as suas histórias me pego pensando em como tem gente que fala pelos cotovelos. Pq fulano fez isso, em tal lugar era assim, o José (que eu não tenho a minima ideia de quem seja) disse que isso tudo aconteceu por culpa do vizinho...Credo!!!
Durante um assunto e outro ela enxuga sua face na camisa vermelha que veste. A camisa já está muito molhada. Não sei o que a leva a pensar que aquela peça de roupa seja capaz de absorver alguma gotícula de seu suor. O tempo passa depressa. O onibus com destino a Novo Barreiro encosta no box 09. Bem na nossa frente. A senhora papuda levanta-se e me estende a mão.
-Foi um prazer te conhecer. Me chamo Lurdes e voce?
Com um sorriso no rosto respondo o meu nome e desejo boa viagem pra ela que esteve em minha companhia na ultima hora. E foi aí a minha surpresa. Com os olhos aguados e o sorriso mais puro que já vi na minha vida Lurdes agradece a companhia e com a voz rouca me fala que são poucos os jovens que largam seus fones de ouvido para ouvir histórias de uma "velha". Me deu um abraço apertado, caminhou em direção ao onibus, entrou, sentou. E quando o onibus estava partindo, sorriu, abanou me fez ficar mais um tempo sentada no banco empoeirado da rodoviária pra escrever essas linhas.
-Pois é, hoje ta demais.
-Você vai pra onde?
-Pra Campina e a senhora?
-Vou pro Barreiro.
E assim começou o papo de uma hora no banco empoeirado da rodoviária de Palmeira.
Onibus chegam, onibus se vão. Pessoas passam, embarcam e desembarcam. Pessoas estranhas. Meninos que cantam. Conversas... Os auto-falantes se encarregam de sonorizar o ambiente. Malas, mochilas, sacolas, compras...Flores, muitas flores nas sacolas. Finados se aproxima. Onibus denovo, fiscais do DAER e calor, muito calor.
Entre a chegada de uns e saída de outros, a senhora ali do meu lado não para de falar e de contar histórias. Ela tem uma sobre cada assunto, sobre cada pessoa. Assim passaram-se 60 minutos, aqueles mesmos minutos que eu achei que levariam uma eternidade pra passar. Que bom! Enquanto escuto as suas histórias me pego pensando em como tem gente que fala pelos cotovelos. Pq fulano fez isso, em tal lugar era assim, o José (que eu não tenho a minima ideia de quem seja) disse que isso tudo aconteceu por culpa do vizinho...Credo!!!
Durante um assunto e outro ela enxuga sua face na camisa vermelha que veste. A camisa já está muito molhada. Não sei o que a leva a pensar que aquela peça de roupa seja capaz de absorver alguma gotícula de seu suor. O tempo passa depressa. O onibus com destino a Novo Barreiro encosta no box 09. Bem na nossa frente. A senhora papuda levanta-se e me estende a mão.
-Foi um prazer te conhecer. Me chamo Lurdes e voce?
Com um sorriso no rosto respondo o meu nome e desejo boa viagem pra ela que esteve em minha companhia na ultima hora. E foi aí a minha surpresa. Com os olhos aguados e o sorriso mais puro que já vi na minha vida Lurdes agradece a companhia e com a voz rouca me fala que são poucos os jovens que largam seus fones de ouvido para ouvir histórias de uma "velha". Me deu um abraço apertado, caminhou em direção ao onibus, entrou, sentou. E quando o onibus estava partindo, sorriu, abanou me fez ficar mais um tempo sentada no banco empoeirado da rodoviária pra escrever essas linhas.
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